sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mais um trecho

Postei mais uma parte da história...

sábado, 31 de janeiro de 2009

Continuação

Inseri mais um trecho da história "Os Transcientes". Veja abaixo.

Os Transcientes



CAPITULO I
Início

Caros amigos, conforme prometi irei, na medida do possível, publicar na íntegra a história dos livros “Os Transcientes”.

Agradeço ao meu amigo Andrew Anderson, o qual teve acesso ao exemplar do livro após sua visita à suposta sociedade oculta nos EUA, cujo nome não convém dizer neste momento.

O Sr. Anderson foi meu chefe quando trabalhei em 2005 na construção de casas em Austin nos EUA. Ele foi um dos poucos americanos que posso chamar de amigo no sentido mais amplo da palavra.

Alguns meses depois, quando eu já estava no Brasil em setembro de 2006, recebi um telefonema de Andrew comemorando o progresso das vendas das casas e sobre o novo projeto do condomínio com 20 unidades em Austin. Infelizmente ele ainda não sabia que a bolha do sub-prime estava para estourar a qual viria a reduzir os novos empreendimentos residenciais nos EUA em 18%. Mas no final da ligação, Andrew mencionou uma história intrigante e este foi o primeiro de muitas vezes que me ligaria.

Numa sexta-feira de agosto de 2006, Andrew foi convocado a uma reunião na região Norte da cidade. Aparentemente existia uma sociedade interessada em vender uma grande área de terreno para construção de casas. Se eu soubesse o avisaria das conseqüências desta visita.

O local fica no final da North Lamar Boulevard em uma área famosa pelos grandes shoppings centers e redes de loja como a Best Buy e Computer Store. Andrew se sentia cansado e desmotivado naquele dia devido à semana estressante principalmente por causa do gerente Michael Simpson.

Nas construções Michael também foi meu chefe, enquanto Andrew era meu superior imediato. Michael era o sócio gerente de todo o negócio. Ele era muito detalhista, microgestor e não tinha dom para delegações. Mas quando sobrava tempo, ele era uma pessoa do bem.

Lembro-me quando Andrew me prometeu ao final do dia de trabalho uma bonificação como prêmio ao bom trabalho que eu vinha fazendo, entretanto quando Michael ficou sabendo, meu prêmio foi cortado. Michael passava por cima das intenções de Andrew e isso o fazia sentir extremamente controlado e incompetente.

Andrew de dentro do carro avistou o número 1313. O local era como uma igreja gótica com detalhes pontiagudos no telhado e pórticos em vários formatos nas entradas. As janelas tinham vidros com mosaico colorido. O hall de entrada conduzia para um salão com pé-direito de mais ou menos 10 metros e o teto em cúpula. De cima do teto saiam vários lustres pendurados, entretanto a iluminação era fraca. O pouco de luz que passava pelo mosaico da janela formavam feixes no espaço do salão em um ambiente taciturno.

– Sim, o senhor deve ser o Sr. Anderson. Estava o aguardando. Diz um homem que se aproximou. Era o monge interessado na negociação do terreno.
– Prazer em conhecê-lo Sr. Morloc. Respondeu Andrew.
– O prazer é meu, filho. Por favor me acompanhe.

O Sr. Morloc parecia ser um homem na terceira idade, entretanto com uma voz firme de um grande líder. Ele estava vestindo roupas características dos monges de cor marrom amarrada na cintura, sandálias e touca. Andrew olhava para sua face, mas seus óculos e touca cobriam seu sembrante.



Aquele velho homem se conduziu por corredores e desceu escadas que levavam a uma sala com estantes e livros. Na mesa tinha um mapa aberto com o desenho do bairro. Destacado de cor verde estava o terreno que estava sendo negociado.

– Vê esta área no mapa? Perguntou Sr. Morloc.
– Sim, nós conhecemos esta região. O local me parece adequado para empreendimentos residenciais. Respondeu Andrew.

Enquanto eles conversavam sobre o terreno, Andrew notou alguns livros abertos sobre a mesa e bem a sua frente um livro fechado chamado “The Transcientis” (Os Transcientes). O livro tinha uma ilustração de fósseis de homens e de hominídeos na sua capa. Andrew tinha particular interesse em estudos da evolução humana e imigração dos povos e havia lido alguns livros e textos na internet sobre o assunto.

– Sr. Anderson, havendo interesse estou a disposição.
– Obrigado pela atenção Sr. Morloc, conversamos em breve. Disse Andrew concluindo a reunião.

Sr. Anderson tomou consigo aquele mapa prometendo um parecer em uma semana, pois tinha que reportar ao Sr. Simpson.

Logo Andrew estava em casa. Após o jantar decidiu abrir sua bolsa para consultar o mapa do terreno que teria que mostrar ao seu chefe no dia seguinte, entretanto alguma coisa estava prendendo o mapa em sua bolsa. Tinha algo como uma agenda no fundo de sua bolsa enroscando o papel do mapa, mas Andrew não tinha agenda. Quando ele firmou a vista no escuro da bolsa pode ver a figura de alguns crânios, era o livro “Os Transcientes”.

O Mosteiro

O telefone de tocou, era Rebecca. Quando Rebecca tinha acabado de entrar na faculdade de arquitetura conheceu Andrew na biblioteca da universidade. Desde então eles estão namorando há 4 anos. Ultimamente, devido ao excesso de trabalho imposto por Michael, Andrew não estava conseguindo dar a atenção merecida à Rebecca.

Enquanto Andrew conversa ao telefone, recebe outra ligação de seu pai John Anderson no celular. Andrew pede para Rebecca aguardar e atende o celular.

– Filho estou de viagem para Dallas. Meu chefe marcou uma reunião com um cliente especial para amanhã. Disse John.
– Sim pai. Mas como estão você e a mãe?
– Falamos sobre isto depois. Cuide-se filho, nos vemos em uma semana.
– Você também pai.

John era um bom pai, atencioso e reservou bastante de seu tempo para seus filho. Sua espora Doroth era uma mulher um tanto intolerante e reclamava do trabalho de John e procurava convencê-lo de com seu chefe o explorava e sugava os funcionários. Há alguns anos John não se sentia mais respeitado por sua esposa. No mês passado a mãe de Andrew descobriu uma suposta traição de John e após brigarem ela estava pedindo o divórcio. Andrew é o filho mais velho, seguido pelo irmão e pela irmã caçula. Todos ficaram surpresos com a possibilidade de seu pai ter uma segunda família.

Sr. Anderson lembrou que Rebecca estava esperando na outra linha.

– Alô Rebecca, desculpe-me.
– …

Ela já havia desligado.

Sua mente estava confusa e dispersa. Para tentar relaxar um pouco Andrew prepara um copo de Early Times Kentucky Whisky com gelo. Pega o livro na sua mochila e abre na introdução. Somente o abajur estava aceso com sua luz amarelada, enquanto Andrew estava sentado em sua poltrona favorita.

O livro conta toda a história da saga da humanidade, desde seus primórdios. Descreve a geografia das civilizações e analisa o legado de seus povos. Descreve a vida dos primeiros nômades, o surgimento das religiões, as guerras e acompanha a ascensão e queda dos grandes impérios.

Exatamente a preferência do Sr. Anderson, assim ele avança na leitura muito rapidamente. O livro é pequeno, com 20 páginas somente.

Na décima quinta página exite uma anotação. Está escrito em inglês no canto superior da folha, não era de lápis, parecia alguma tinta. As letras foram fortemente impressas chegando a imprimir a mesma frase na próximas páginas devido ao peso com que foram escritas.

A frase dizia “Andrew, você fará uma viagem de um ano e encontrará a morte. Mas teus irmãos ainda tem uma chance – Irmão Carman, Comunidade Irmandade, Calle del los Niños Héroes, 1264, Cancun, México.”

Andrew não entendia. Poderia ser uma mensagem para ele? Poderia ser do monge? Seria coincidência? Como eles podem saber dos seus irmãos?

Aquela noite ele não dormiu. Mil idéias estavam em sua mente. Ele estava em choque e decidiu faltar ao trabalho para devolver o livro e conversar pessoalmente com Sr. Morloc no dia seguinte.

6 horas da manhã. Ele saiu de casa em direção ao mosteiro. Tudo está fechado, as casas, o comércio, a vizinhança e a entrada principal da igreja e mosteiro.

Ele entra pelo portão lateral e escuta uma música. Era algo como um canto gregoriano, as vozes são masculinas, mas Andrew não entende, parece um idioma desconhecido.

– Senhor, não pode entrar aqui!!! Exclama uma voz com ecos pelas paredes. – O que queres? Como entrou aqui?
– Desculpe, eu não fiz por mal. Quero somente devolver este livro e encontrar com Sr. Morloc. Explicou Andrew.
– Só irei dizer uma vez irmão... saia agora!!! Disse aquele monge.
– Não encoste em mim e não sou teu irmão. Respondeu Andrew rispidamente.

Os demais também perceberam a presença de Andrew. Em alguns segundo saiu de um corredor outro monge, entretanto este vestia roupas brancas, enquanto todos usavam marrom. Ele segurava algo como um cetro em sua mão direita, e disse:

– Jovem, todos somos irmãos em gênero e espécie. Larguem-no e deixem que ele vá.

Andrew teve certeza que não era bem-vindo e foi embora.

Aquela explicação do monge chamou a atenção. Andrew lembrou da frase escrita no livro “teus irmão ainda tem uma chance”.

Taco el Pancho

Faço uma pausa para dizer que agora começa a história e que caso continuem a leitura estarão incondicionalmente envolvidos.

A construção de casas nos EUA é uma atividade exploradora de imigrantes ilegais. É vista como uma troca. Os imigrantes fornecem um serviço mais barato que a mão-de-obra local e assim ganham contratos de empreitadas com melhor preço do que no seu país de origem. Mesmo sendo o serviço do imigrante com mais qualidade e rapidez, ele ganha menos que o trabalhador legal. Isto se tornou um vício difícil de ser superado.

El Leñador é um trabalhador mexicano nos Estados Unidos. Ele veio em busca de melhores condições de vida e deseja ser dono de uma empreiteira respeitada e bem sucedida a qual será chamada Sistema Bruto Construções. Os seus primeiros trabalhos foram em San Antônio, mas logo mudou-se para Austin onde se recebe o maior valor pago por hora.



A maioria do trabalho braçal na obra de Michael Simpson é feita por Leñador para quem presta serviço há dois anos. O trabalho com pedras, pavimentação, movimentação de terra e assim por diante é passada para o mexicano.

Leñador percebe a aflição de Andrew. Durante o dia era o terceiro sache de nicotina que ele estava utilizando.

– Meu amigo Andrew, que passa? Você não está se sentindo bem?
– Não é nada. Responde Andrew com uma voz sem ânimo.
– O trabalho não está indo bem? Você precisa que terminemos mais rápido esta etapa ou quer que façamos outra obra? Você quem manda.
– Machete, na verdade tenho um novo trabalho... Você conhece Cancun?
– Sim senhor, tenho alguns amigos que trabalham nos hotéis.
– Estou sendo ameaçado. Eu quero que converse com uma pessoa. Ela poderá me dizer o que devo fazer. Eu te pagarei 20 mil dólares. Entretanto, não sei ainda com quem irás se envolver...

Andrew conta sobre o livro e explica o que houve, então sai para a obra. Leñador aceita a proposta, apesar de não saber o que o espera, ele pensa que não tem nada a perder.

Sobre a mesa de projetos, Leñador encontra junto com as coisas de Andrew o livro “Os Transcientes”. Alguma coisa puxa sua atenção. Ele segura o livro e abre aleatoriamente. Seus olhos encontram uma frase:

“As plantas tem vida, os animais são sencientes, os humanos são racionais, mas os transcientes são metaracionais.”

– O que quer dizer isto? De repente um grande barulho vem de dentro da obra, houve um acidente e Leñador corre para ajudar.

CAPÍTULO II
Sul do México

No próximo fim de semana el Leñador estava no aeroporto de Austin para pegar o voo 5967 com destino a Cancun.

Sua família era do sul do México, a região mais pobre do país. Quando pequeno, Leñador ajudava seu pai no corte de árvores e aprendeu a lidar com serviço bruto desde cedo. Sua mãe era quem matinha o equilíbrio de casa, pois seu pai era muito grosseiro e intolerante. Leñador tinha uma única irmã a qual não via há 20 anos desde seu desaparecimento quando voltava da escola. A professora e os amigos da escola a viram sair, mas sua mãe nunca a viu chegar.

Nesta vida de desgraça cresceu el Leñador. Ele prometeu a si mesmo nunca ser humilhado ou desprezado como o era sua família e amigos e principalmente honrar seus povo e a sua terra.

Por muitas garotas ele era conhecido, todas conterrâneas ou descendentes. Mas nunca teve namorada. Pode-se dizer que ele não levava muito jeito com as mulheres após os 6 meses de relacionamento. Quando elas começavam a fazer as primeiras exigências, o circo pegava fogo, Leñador chutava o pau da barraca. Ele não suportava se sentir controlado.

– Apertem os cintos e levantem o encosto das poltronas, em instantes iniciaremos o procedimento de aterrissagem. Avisa a comissária de bordo.

Do aeroporto ele pega um taxi para o centro da cidade onde ficaria a suposta comunidade indicada no livro.

O taxi para, el Leñador fica espantado quando se aproxima do local. Parece uma entrada de convento, porém existem escritos e símbolos entalhados nas paredes como nas culturas maias e egípcias. Ninguém aparece para dar informações e ele espera do lado de fora.

– Amigo, estás procurando os monges? Diz uma senhora que estava passando pela calçada.
– Sim senhora. Responde Leñador.
– Pois então não irás encontrá-los. Eles foram a visita anual e só voltam em uma semana.
– Visita anual?
– Sim, eu moro nesta rua e todos os anos nesta época, os monges se dirigem as ruínas maias para meditações. Respondeu a senhora.

El Leñador não tinha tanto tempo e então decidiu encontrá-los nas ruínas mesmo. Ele conhecia o local e iria procurar pelo monge indicado no texto do livro.

As ruínas maias são lugares isolados na floresta, com prédios e construções, a maioria em ruínas. Elas fazem parte de um grande complexo das comunidades antigas como cemitérios, faculdades e até campo de futebol.

Na cultura maia o ganhador dos jogos recebia como prêmio a morte, pois acreditavam ir ao paraíso. Existiam campus onde os cientistas se concentravam para seus estudos e neste prédio se encontravam os mongem meditando.

El Leñador chega ao local, visualiza a grama verde, a floresta, as ruínas cinzas. Em alguns cantos pode-se ver marcas de fogo e lutas que são registros de guerras antigas dos maias contra outros povos ou contra eles mesmos. No canto superior direito de umas das construções centrais ele vê a marca da mão de cinco dedos, um dos maiores mistérios maias. Alguns dizem que esta mão é de extraterrestes, outros dizem que é a mão de Jesus. Na verdade esta marca é encotrada em outras culturas completamente separadas e até em outros continentes, entretanto a marca permanece a mesma em todos os lugares: uma mão com seis dedos.



Leñador vestia calças jeans, camisa branca e um pequeno colete de couro. Na cabeça tinha um chapel estilo caubói e óculos escuros.

Ao fundo do vale, pessoas sentadas em círculos vestidas de marrom, algumas com toucas e a cintura presa com um entrelaçado parecido com uma corda.

– Devem ser os monges. Pensa Leñador.

Ao se aproximar algumas das pessoas sentadas percebem sua presença.

– Desculpe incomodar, eu estou procurando Sr. Carman. Pergunta Leñador.
– Sim, é este. Responde o monge apontado para uma outra pessoa próxima a qual estava no mesmo círculo.

El Leñador se dirige ao monge o qual usava touca e óculos.

– Sr. Carman?
– Sim senhor, estás a minha procura?
– Se possível, gostaria de conversar em particular. Responde Leñador, percebendo o interesse dos demais monges.
– Venha. Diz o monge se afastando dos círculos para um local mais reservado.

El Leñador sente algo estranho com relação a tudo aquilo e por um instante ele se pergunta o que está fazendo alí, aquilo parecia uma maluquice.

– Sr. Carman, o Sr. Anderson encontrou um livro “Os Transcientes” e neste livro havia uma mensagem com sua assinatura. A mensagem fala sobre sua morte e esperança para seus irmão.
– Quem é você? Pergunta Sr. Carman.
– Sou Leñador e fui enviado para que prestes esclarecimentos.
– Tire teu chapel e seus óculos, amigo. Pede o Sr. Carman com autoridade.
– Eu nunca tiro o chapél para desconhecidos. Responde Leñador.
– Você não que saber sobre teu amigo? Diz o Sr. Carman em tom ameaçador.

Leñador se sente desconfiado, entretanto levanta sua mão em direção ao chapel. Enquanto retira o chapel com a mão esqueda com a mão direita ele tateia e segura uma faca com lâmina anticoagulante presa estratégicamente na parte de trás de sua calça.

– Obrigado, não temos necessidades de desconfianças jovem caubói.
– Diga-me logo, não tenho tempo a perder com velhos desocupados. Responde Leñador.
– Muito bem, o seu amigo estará seguro, diga isto a ele. Diz o Sr. Carman virando as costas e voltando ao circulo de meditações.
– Ei, Sr. Medonho!! Como assim? Pergunta Leñador segurando o monge pelo braço.

Naquele instante el Leñador sente sua visão turva, perde as forças e toca o chão com os joelhos. – O que está acontecendo comigo? Pensa Leñador enquanto o monge se afasta.

O Segundo Livro